Agradecimentos a Lord Trovão
Prólogo.
Considerado por muitos Gothamitas
como sendo uma "lenda urbana" criada pela superstição e o medo das
ruas escuras da cidade, Bruce Wayne, com 1,88m de altura, 95 kg, cabelos pretos
e olhos castanhos, sabe muito bem que o Batman
é uma realidade fria e dura de sua própria criação. Desde a morte dos seus pais
no temido "Beco do Crime" de Gotham, Wayne passou sua vida
perseguindo a perfeição física e mental a fim empreender uma dura guerra contra
o crime. Vigiando as ruas de Gotham sobre suas gárgulas e parapeitos, o
Cavaleiro das Trevas é a última esperança da cidade contra o mal. E é essa
obsessão que dita os caminhos do Batman, devido ao juramento feito por Wayne que
nenhum outro inocente iria sofrer a dor que ele sentiu.
O Cavaleiro das Trevas só tem um
objetivo: cumprir com o juramento que fez sobre o túmulo de seus pais, há mais
de vinte anos. Batman simplesmente não tolera nenhuma forma de injustiça.
Durante uma apresentação circense, o jovem
Dick Grayson vê seus pais acrobatas serem assassinados quando suas cordas são
sabotadas, tudo por causa de atos criminosos envolvendo o dono do circo. Bruce
Wayne, enxergando a si mesmo no pequeno órfão, o adota e o leva à Mansão Wayne.
Grayson passa por um ferrenho treinamento, e sua habilidade como acrobata o
ajuda muito. Recebendo o nome de Robin, ele e Batman se unem e formam a Dupla
Dinâmica.
Quando Dick Grayson ainda se
recuperava de um acontecimento em que foi atingido pelo Chapeleiro Maluco, o
garoto chegou à conclusão de que não tinha mais como continuar a ser o Robin;
ele precisava de individualidade. Dick Grayson começou a discutir com o seu
“pai”, discordar dos seus métodos, até chegar a ponto de querer cortar todos os
vínculos e realmente abandonar o ninho (afinal Robin é o nome de um pássaro). Dick
Grayson finalmente adota uma nova identidade super-heróica, o Asa Noturna.
Alguns anos depois, em uma das suas
rondas, Batman presenciou uma cena inacreditável: um garoto tentando roubar as
rodas de seu Bat-móvel. Depois de uma baita lição de moral, Batman deixou o
menino ir. Usando as influências de suas fundações de caridade, o morcegão
acabou descobrindo que o menino era Jason Todd, órfão que ganhava a vida com
pequenos furtos. Bruce enxerga nele um menino astuto e inteligente, e resolve
lhe dar uma segunda chance: leva o rapaz para a Mansão Wayne e o treina como o
novo Robin.
Aos poucos, Todd foi crescendo e
ficando mais violento em ação, e até um pouco descuidado. Remexendo suas coisas
em sua antiga casa, descobriu que sua mãe não era quem pensava, e começou a
procurá-la - batendo de frente com Batman, como sempre. Robin chegou até a
pensar que Lady Shiva era sua mãe, mas estava enganado. Depois de muito
procurar (inclusive contando com a ajuda do próprio Batman), ele acaba
encontrando sua mãe verdadeira, mas a mulher não era flor que se cheirasse:
quando Todd revelou que era o Robin, a primeira coisa que a dona fez foi contar
ao Coringa.
O Coringa acabou prendendo Robin e
sua mãe junto à uma bomba, não sem antes espancar Tood com um pé de cabra,
deixando-o à beira da morte. Robin consegue se desprender e, num ato desesperado,
joga-se à frente da mãe, recebendo todo o impacto da bomba. Batman chega tarde
demais: ele encontra a mãe de Robin muito ferida e agonizante. Esta, em seu
último suspiro, fala do ato de coragem de seu filho. Em seguida, o herói
encontra o corpo mutilado e sem vida de Robin.
Gotham City, outubro de 1999.
Em um galpão, próximo do porto de
Gotham, seis homens, usando diferentes tipos de chapéus, descarregam caixas de
um caminhão.
- Outras mil caixas entregues hoje.
Já devemos estar quase com um milhão.
- Ele nem venceu o Batman ainda.
Mais quantos chapéus controladores de mente ele vai precisar?
- Sei lá. Quantas pessoas moram em
Gotham?
Os capangas são surpreendidos por
uma voz vinda do alto de uma pilha de caixotes.
- 8 milhões, 411 mil.
Dois dos bandidos veem uma pessoa
nas sombras girando boleadeiras com um símbolo de morcego no peito que diz:
- Pelo menos, até a última vez que
vi o resultado do censo.
Assustado, um dos bandidos diz:
- É o Batman! Vamos dar no pé!
- “Batman”? Fiquei ofendida, rapazes. Sou mais bonita!
Batgirl derruba um homem usando uma
jaqueta marrom com suas boleadeiras e com um chute no queixo nocauteia um outro
usando um blazer azul. Um homem alto e musculoso, usando uma blusa verde pega
uma picareta para enfrentá-la.
- Não por muito tempo, beleza!
Batgirl se esquiva do golpe e diz:
- Aah, belo diálogo...
Usando sua perna esquerda ela o
derruba com um chute que o faz deixar cair a picareta.
- Mais alguém com vontade de falar?
Onde eu acho o Chapeleiro?
Ela salta sobre um homem de terno
azul escuro que tentava fugir e diz:
- Que tal você?
- C-cai fora! Não sei de nada!
- Quero um endereço, patife!
Um homem usando um terno cinza
aponta uma arma para ela e diz:
- Que tal este, gata? O cemitério de
Gotham!
De repente, o Super-Homem atravessa
a parede de concreto do galpão.
- Solte a arma, amigo!
O homem de aço dispara uma rajada de
sua visão de calor sobre o revólver.
- Super-Homem... AAAGHH!
Batgirl fica irritada enquanto o
capanga sopra sua mão direita queimada pelo metal aquecido.
- Parabéns! Acabou de nos atrasar em
20 minutos cruciais!
- Como é?
O capanga de terno cinza pega a arma
do chão e diz:
- O que a Batmina quer dizer,
Super-Homem, é que as táticas de persuasão violentas usadas por ela e os amigos
dela não vão funcionar enquanto você estiver por perto pra nos proteger.
- Por que eu protegeria vocês?
- Vê meus amigos ali no fundo?
O homem de terno cinza dispara uma saraivada
de tiros contra cada um dos outros cinco capangas em pé. Assustados com o
barulho, todos ficam surpresos e começam a se apalpar procurando por um algum
furo de bala. O homem de blazer azul diz:
- Caramba, ele errou! Nenhuma das
balas acertou?!
Irritado com a situação, Super-Homem
mostra as balas que pegara com as próprias mãos e diz:
- Já entendi.
A polícia de Gotham chega para
prender os criminosos, o homem de terno cinza entrega sua arma para Batgirl que
olha para o homem de aço e diz:
- Não leve pro lado pessoal. Aposto
que é muito eficiente em Metrópolis, mas Gotham tem suas próprias regras.
Todos os capangas são algemados e
encaminhados para um camburão por policiais do Departamento de Polícia de
Gotham City, avisados pela Batgirl. O homem de terno cinza diz:
- Bem, acho que temos uma estadia
curta agendada numa cela confortável, enquanto vocês procuram nosso chefe e
aquele milionário raptado.
O homem de blazer azul provoca.
- Boa diversão, supertontos!
De braços cruzados e muito
indignada, Batgirl diz:
- Prazer em conhecê-lo!
*****T*****
Alguns minutos depois, no alto de um
arranha-céu no centro de Gotham.
Ao lado do homem de aço, Batgirl
observa outro capanga do Chapeleiro usando um pequeno binóculo. O homem sai de
uma boate usando um terno azul e uma gravata amarela, ele está acompanhado de
uma linda jovem usando um vestido verde longo e um casaco de pele.
- Aposto que alguém com visão de raios
X sabe por que a situação com Bruce Wayne é ainda mais complicada.
- Considero olhar através de
máscaras uma invasão de privacidade, mas Batman me forçou a isso quando o
conheci.
- Só não faça comigo, cara! Bem,
nossa maior esperança de achar o Chapeleiro acaba de sair daquela boate... Jack
Motel, conhecido como “o agente imobiliário do crime”. Todo sociopata que foge
do Asilo Arkham consegue um esconderijo secreto por meio do Jack. Mas
lembre-se... Estamos em Gotham. Pense como “Batman”.
- Deixa comigo.
Subitamente Super-Homem voa na
direção de Jack dizendo:
- Posso bancar o Batman.
Num movimento rápido, o homem de aço
agarra o meliante que se preparava para dar uma gorjeta ao seu motorista
particular que abrira a porta da limusine para ele e sua acompanhante e voa
acima das nuvens do céu.
- Boa noite, Jack. Estamos na rota
aérea entre Metrópolis e Gotham... E, pelo horário, há um avião programado pra
passar por aqui em menos de um minuto.
O homem de aço segura Jack pelo
colarinho com o braço direito que fica desesperado.
- O-o que você quer? O que você
quer?
- Só uma informação sobre o
paradeiro do Chapeleiro Maluco. Fale logo... Não temos muito tempo.
- Ele não alugou nada comigo. Disse
que se esconderia no último lugar em que o procurariam e que não precisava de
mim.
- Aí vem o avião, Jack...
Jack começa a suar frio quando vê o
enorme Boeing vindo em sua direção.
- JURO PELA MINHA MÃEZINHA MORTA! NÃO ALUGUEI NADA PRA ELE!
Super-Homem retira Jack da frente do
avião no último minuto e o deixa suando frio em frente à boate onde é consolado
por sua bela acompanhante. O homem de aço encontra Batgirl no topo do
arranha-céu e lhe conta o que Jack lhe disse.
Pequenópolis, 1987.
Jor-el retira o cristal e insere outro no painel que gera uma nova
imagem que mostra uma torre espiralada branca como leite, sem portas nem
janelas que se erguia no centro da propriedade de Jor-El.
- Chamei uma equipe de artistas talentosos liderados pelos famosos pais
de Lara, Ora e Lor-Van, pois as paredes externas brancas como giz, demandavam
alguma obra de arte.
Lara era uma mulher feita, uma adulta independente e cheia de ideias
próprias. Enquanto seu pai e sua mãe pintavam murais épicos mostrando a
história de Krypton, Lara teve a ideia de pintar doze obeliscos brancos e
dirigindo-se até a porta do prédio de pesquisa, que era tão grande e pomposa
quanto o templo de Rao, tocou a campainha. Quando não obteve resposta, começou
a bater com os nós dos dedos, mas novamente só houve o silêncio. Finalmente,
foi mais impulsiva e enfiou a cabeça no interior do prédio.
- Jor-El, estou perturbando você? Preciso lhe fazer uma pergunta.
O espaçoso laboratório de Jor-El era cheio de cristais que brilhavam como
se fossem refletores. A enorme sala continha uma maravilhosa série de aparatos
incomuns, experiências meio desmanteladas, estantes cheias de equipamentos e
peças de exposição. No centro do laboratório pairava um par de anéis de prata
que continham... um buraco. E, imprensado contra a membrana intangível na
superfície, ela viu Jor-El flutuando no interior, gesticulando loucamente, com
feições borradas e estranhamente achatadas. Embora seus lábios se movessem,
eles não emitiam som algum. Lara saiu correndo, deixando para trás a prancheta.
E elevou a voz:
- Você está preso? Embora ele
tentasse responder, ela não conseguia ouvir o que o cientista estava dizendo. –
Não se preocupe. Vou descobrir uma maneira de tirar você daí.
Flutuando naquele vácuo dormente e vazio, Jor-El olhou para o
laboratório lá fora, ele avistou um rosto, um rosto lindo como o de uma ninfa
etérea. Seus lábios se moviam, mas ele não conseguia entender as palavras que
eram ditas por trás da barreira. Quando Jor-El gritou de volta, ela claramente
não conseguia entende-lo também. Os dois estavam isolados um do outro,
separados por um vão entre universos.
Demonstrando uma
paciência incrível, a mulher apagou o que estava na prancheta e começou a
escrever o alfabeto kryptoniano. Ele rapidamente percebeu o que a moça estava
fazendo. Seria um processo lento, mas como ela conseguiu enxergar seu rosto,
poderia fazer com que ele soletrasse palavras usando um símbolo de cada vez.
Jor-el começou a compor sua mensagem.
Com muito esmero,
Lara captou sua mensagem:
- Polaridade Reversa. Cristal mestre. Dispositivo de controle.
Com um olhar de
consternação, Lara escreveu: “O que é o dispositivo de controle?”, ”Qual é o
cristal mestre?” e ”Como eu reverto a polaridade?”
Na hora em que escreveu sua segunda e igualmente incompreensível
resposta, ela ainda não sabia o que fazer:
- Eixo Experimental. Placa de Foco Solar. No Laboratório.
Lara desenhou tudo que via na sala. Mais uma vez, através de um processo
meticuloso, ela levantou a prancheta na altura do campo de visão do cientista e
lhe mostrou as imagens. Ao apontar para cada aparato com a pena, ela aos poucos
foi limitando as possibilidades e chegando ao que ele estava querendo dizer.
Finalmente, seguindo com precisão as instruções de Jor-El (conforme as
entendia), ela localizou o painel cristalino de controle. Lara escolheu o que
ele havia chamado de “cristal mestre”, que brilhava num tom verde-esmeralda.
Quando o tirou de seu bocal, a luz do cristal se apagou; ela o virou de
ponta-cabeça e o inseriu novamente.
De repente, a peça
vítrea começou a brilhar num tom escarlate bem forte. Os anéis de prata
suspensos, que serviam de moldura para a fenda dimensional, começaram a girar
como se fossem rodas dentadas de pontas afiadas, e depois viraram bruscamente
para uma posição reversa... e ejetaram Jor-El de cabeça para longe do outro
universo. Estatelado no chão onde havia caído, ele tirou a túnica e as calças
brancas – que saíram imaculadas daquela experiência penosa – e balançou a
cabeça.
Ela correu em sua
direção, pegou no seu braço trêmulo e o ajudou a se levantar.
Continua...
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