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quinta-feira, 20 de abril de 2017

DARK DAYS: THE CASTING #1

Já que a edição anterior desenvolveu bastante o subplot do Batman, Casting investe mais no Gavião Negro e sua extensa mitologia. Em vez das histórias dos Gaviões começarem como as conhecemos, com suas mortes no Egito, Casting refaz esse período. Segundo ela, o antigo vilão Hath-Set realmente roubou o passado dos dois. Contudo, como retaliação, os Gaviões reuniram outros imortais e criaram alianças inesperadas.
No presente, Batman recebe outro metal importante: uma espada da Mulher-Maravilha, que é passada para Talia al Ghul e revelada como detentora do Poder de Shazam. Duke Thomas e Hal Jordan ainda estão na Batcaverna e conseguem derrotar o Coringa, apenas para o Batman voltar até lá mais tarde e conseguir reativar sua “máquina da imortalidade”, algo que vimos durante a passagem de Snyder pela mensal do herói.
Como Casting traz referências mais complexas e que exigem detalhamento, vamos checar todas elas através das páginas da HQ. A numeração usada aqui é a brasileira:
41-Ao contrário do que se imagina, principalmente para fãs mais novos, St. Roch (que é uma espécie de versão de Nova Orleans) só surgiu na Era Moderna dos quadrinhos da DC. Apareceu pela primeira vez em 2002 em Hawkman #1, criada por Geoff Johns e James Robinson, quando Carter voltou para a Sociedade da Justiça. Por outro lado, o personagem era um arqueólogo desde a Era de Ouro, o que foi mantido; Shiera apareceu na primeira história do Gavião, mas ela só vestiu a roupa cerca de 1 ano depois. Aqui também há referências a Nabu, Kandhaq, Adão Negro e Sr. Destino. Todos esses personagens se conectam de alguma forma, mas isso não é importante para este momento de Noite de Trevas;
42-Algumas coisas bem claras aqui. O demônio que faz rimas? Etrigan. O homem tão antigo quanto a América? Tio Sam, criado pelo lendário Will Eisner em 1940. Há uma referência ao Parlamento das Árvores também, mas nada muito concreto;
44-46-Batman continua sua busca por metais especiais, como vimos na edição anterior. Desta vez ele encontra a Mulher-Maravilha na Grécia. Há uma conversa sobre figuras mitológicas gregas, mas é bom lembrarmos que tudo isso foi colocado um pouco de lado na versão Renascimento da Amazona; isso foi mais importante durante a passagem de Brian Azzarello pelo título da heroína. De qualquer forma, Diana entrega a Lâmina do Sol a Bruce, a espada de Apolo – importante lembrar que Apolo é mais conhecido por ser um arqueiro. Talvez isso tenha a ver com o próprio Apolo da DC, do Stormwatch/Authority, cujos poderes, assim como o Superman, são originados de sua exposição a raios solares. A espada é de Metal Oitavo, relacionado diretamente ao Metal Enésimo;
48-Esse papo de “Morcego por trás do Morcego” certamente faz referência a Barbatos, o demônio-morcego que vimos pela primeira vez em uma HQ do Batman de Peter Milligan e que foi reutilizado por Grant Morrison. Em seguida, Scott Snyder tomou para si esse conceito. Conheçam mais sobre ele em uma matéria especial do Terra Zero clicando aqui;
51-Nesta página descobrimos que o Gavião Negro e a Moça-Gavião passaram boa parte do século 20 dando suporte aos Falcões Negros e aos Desafiadores do Desconhecido. Snyder reúne todos esses personagens já pensando no planejamento pós-Noite, ou seja, no retorno destes personagens à cronologia atual da DC, seja em seus próprios títulos ou não. Bacana notar que ele usa datas do mundo real para explicar ascensão e decadência de alguns desses ícones. Por exemplo: a “aposentadoria” dos Gaviões acontece com a SJA, em 1951; os Desafiadores só conseguiram desenvolver seus trabalhos em meados de 1950 (1957 no mundo real);
53-Batman encontra Dubbilex no Deserto de Sonora! Para quem não sabe, este local existe de verdade e é onde o esquadrão de caças da Segunda Guerra Mundial se perde no começo do filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg. Legal, né?
O tal “drive sombrio” nada tem a ver com o Multiverso Sombrio. Na verdade, é o tipo de traquitana que poderia estar no tal Arquivo de Casos Inexplicáveis de Grant Morrison, mais uma vez. Era o arquivo de objetos e causos que Morrison criou para explicar as aventuras malucas de ficção científica de Batman e Robin nos anos 1950 e 1960.
Fazia tempo que Dubbilex não aparecia. Pena que durou pouco. Ele foi criado por Jack Kirby nos anos 1970, como parte do Cadmus e do Projeto DNA. Foi o protótipo para a criação/chegada dos Novos Deuses e do Quarto Mundo, a maior contribuição do Rei para o Universo DC. Cadmus, OMAC e outras coisas que Kirby fez para a editora na época foram mudando aos poucos, aparecendo inclusive em outras mídias com propósitos diferentes.
62-70-Quando as sub-tramas de Casting começam a colidir, algumas coisas que antes tínhamos como possibilidades começam a ficar mais claras. Logo de cara o Coringa solta a palavra “crise”, deixando qualquer dúvida para trás.
Na página 63, Snyder parece estar implicando que, da mesma forma que existe uma versão do Superman em todas as Terras do Multiverso (que por sinal se reuniram em Crise Final para combater o mal absoluto), também existem versões diferentes do Batman que, de certa forma unidas, provocam o equilíbrio entre luz e escuridão no Multiverso. Será?
Podemos ver que a máscara do Pirata Psíquico está ali, algo que foi obtido pelo Morcego durante a passagem do escritor Tom King pelo título dele. Como o personagem é o único que se lembra da Crise original e do Multiverso pré-Crise, pode ser que algumas loucuras espaço-temporais surjam daí – e talvez, quem sabe, uma conclusão harmoniosa para essa conturbada história.
Por fim, os Bat-cultistas revelam que estão “preparando” o Batman, trazendo à tona de novo aquele papo de que Barbatos é, de certa forma, “pai” do Batman – ou dos Batmen.

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